A carne já não dita o desejo. Ela foi substituída por pixels, filtros, simulações. Na era das inteligências artificiais, avatares e corpos editáveis, a imperfeição humana virou ruído. O suor virou falha. O toque virou delay. O corpo real — com suas marcas, texturas, limites — perdeu espaço no feed. O natural já não causa fascínio. A estética se tornou projetável, ajustável, vendável. Essa imagem não é apenas sobre moda. É uma crítica à cultura que descarta o humano em nome do ideal. Um lembrete de que, na corrida por perfeição, talvez a gente esteja deixando pra trás justamente o que nos torna vivos.

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